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Impressão Flexo e Roto – Tintas, Anilox, e o futuro – DESTAQUES DO CONINFLEX 2024

A Revolução Sustentável das Tintas para Embalagens Flexíveis:

Palestrante: Dr. Paulo Vieira, Global Technical Director Key Accounts for Flint Group*

Dr. Paulo Vieira, em sua palestra falou sobre o Programa PRISM de Sustentabilidade do Flint Group e detalhou o roteiro de SBTi (Science Based Targets Initiative – metas baseadas na ciência) e redução de CO2, as ferramentas de pegada de carbono dos seus produtos, e as inovações de produto. O PRISM é uma estrutura do Grupo Flint que engloba a complexidade de sustentabilidade em partes constituintes essenciais, ajudando a focar nas questões mais importantes para o Grupo, seus clientes e suas partes interessadas, e que divide suas ações de sustentabilidade entre: Produto, Planeta e Pessoas.

Depois de uma avaliação generalizada, de estipular os compromissos com o mercado, definir as metas de reduções de resíduos, de conteúdo de PCR, e refinar os números dando uma tratativa científica, os quais foram auditados e a Flint recentemente teve todos os números aprovados, então na parte de produtos é lançar novos que suportem a circularidade, a reciclabilidade, etc.

Esses são alguns dos objetivos que formam o documento SBT, conforme detalhou Dr. Vieira. Para Produtos: projetá-los para a economia circular, reduzir a pegada de carbono dos nossos principais produtos usando matérias-primas sustentáveis e ajudar os clientes a serem mais eficientes em termos de energia e reduzir de resíduos; em Planeta: as metas são reduzir as emissões de GHE (46% até 2030) e alcançar zero resíduos para aterros sanitários (até 2050); e em Pessoas: as metas são de investir na segurança dos funcionários, promover diversidade e garantir integridade nos negócios, entre outros como: 40% dos cargos de gestão ocupados por mulheres, garantir a igualdade salarial.

Em Inovações e Reduções de CO2, os objetivos do Grupo incluem: uso de energia renovável em suas fábricas, conversão de resinas e solventes para alternativas de baixo carbono, desenvolver soluções de alta viscosidade para reduzir o peso, implementar pigmentos e resinas com menor pegada de carbono.

Em Produtos Sustentáveis e Economia Circular, a Flint está desenvolvendo tintas e pigmentos que suportam a economia circular, incluindo: tintas base água e solventes para embalagens flexíveis; tintas compostáveis e compatíveis com processos de reciclagem; desenvolvimento de bases universais para diversas aplicações, reduzindo a necessidade de diferentes formulações de tinta.

Vieira adiantou também sobre a inovação que o Flint Group desenvolveu para criar embalagens mais sustentáveis. Abordando o segmento de papel e papelão, compostabilidade é o tema principal, além das resinas de conteúdo biorenováveis que usa nas suas tintas. A Flint vem certificando cada vez mais suas tintas, nos EUA é a BPI que certifica compostabilidade e, na Europa, é a TUV OK; Coatings de barreira que possibilitam embalagens baseadas em papel em novas aplicações ou diferentes substratos; Tintas projetadas usando matérias-primas sustentáveis, como resinas de base biológica e pigmento preto de pneus reciclados. A linha é chamada TerraCode, lançada na Europa há quase 2 anos, é formulada com resina de fontes renováveis.

Abordando o segmento de embalagens flexíveis, o Flint Group vem desenvolvendo cada vez mais coatings de barreira para estruturas monomateriais; soluções de reciclagem e tintas PU (sem PVC e NC); tintas base água para filmes (há muitos testes em desenvolvimento); tintas compatíveis com compostagens como uma tecnologia sustentável base solvente, certificada pela BPI e OK Compost. A Flint possui uma linha base água somente para shrink.

Usando os aniloxes como meio estratégico e sustentável – DESTAQUES DO CONINFLEX 2024

Palestrante: Otavio Augusto Kaiel Ronconi, Diretor de Operações da Laserflex*

Otávio A. K. Ronconi, em sua palestra, falou sobre tema “o gerenciamento eficiente de anilox: da configuração ao uso”. Relembrou que o anilox surgiu como uma evolução na flexografia, não nasceu com ela, sendo considerado hoje o método mais eficiente que recebe a tinta de um lado e a transfere para a matriz do outro, de maneira controlada, precisa e uniforme durante o processo de impressão. O “anilox tecnicamente” é componente crucial do sistema flexográfico e, sem dúvida, é o coração do sistema de entintamento. Conceituando, ele destacou: “O anilox é muito mais que um simples produto, não é meramente uma peça, também não é um consumível, nem uma commodity, ele é um bem de capital, e representa uma peça fundamental no processo de impressão flexográfica, influenciando diretamente a qualidade da impressão e o resultado final. Ao adquirir um anilox, o convertedor está adquirindo muito mais do que um mero cilindro gravado. Ele está adquirindo: tecnologia, qualidade e eficiência”.

Para Ronconi, a maneira de resolver a questão da “comoditização” do anilox, é criando processos e procedimentos, começando por fazer um mapeamento da impressora. “Para obter o melhor aproveitamento do anilox, é fundamental entender como ele funciona e como suas características influenciam o resultado da impressão. Para isso, alguns procedimentos e análises são importantes para otimizar e racionalizar seu uso, como: Fingerprinting (mapeamento da impressora); Configuração adequada para garantir a transferência ideal de tinta; Características específicas de volume e capacidade de transferência de tinta; Considerar a capacidade volumétrica nominal do anilox e sua capacidade de transferência real, a contagem, formato e abertura das células para cada parâmetro de viscosidade, temperatura e velocidade rotacional”.

Ronconi enfatizou a importância de se implementar práticas de controle e manutenção adequadas do anilox para garantir o desempenho e a vida útil do mesmo, como: a limpeza ao final de cada trabalho e a periódica. “Se o anilox está 100% limpo, as chances de tintas riscá-lo é muito menor. No mercado, temos diversos tipos de limpeza: a manual, a automática, a laser e outras”. Ele recomenda ainda ao convertedor que, ao receber o anilox do fornecedor, que meça e faça medição periódica. “O gerenciamento, o cuidado, têm forte impacto no resultado”, reforçou.

A impressão flexo e a roto na drupa 2024

Palestrante: Eudes Scarpeta, Diretor Geral e Fundador do Instituto de Impressão (IMP)*

Eudes Scarpeta, também diretor e curador do CONINFLEX, esteve presente e visitou todos os pavilhões da drupa 2024, maior feira da indústria gráfica mundial, que se realizou de 28 de maio a 7 de junho, em Düsseldorf, Alemanha. Scarpeta visitou todos os stands com produtos e inovações para embalagens flexíveis e falou em sua palestra sobre a posição da flexo e da roto na drupa.

Conforme explicou Scarpeta, em sua palestra, a flexografia e a rotogravura ainda vão continuar imprimindo embalagens flexíveis por muito tempo, apesar do crescimento exponencial da impressão digital no segmento, a tecnologia digital vem para complementar os processos flexográfico e rotográfico, especialmente em tiragens curtas, com agilidade e qualidade.

“Hoje a flexo está no mais alto nível, mundialmente, é o maior processo de impressão de rótulos, embalagens flexíveis e papelão ondulado. Na drupa, a flexo dominava entre os demais processos de impressão de embalagens; vimos máquinas rodando a 800 metros/minuto, enquanto a impressora digital mais veloz rodava a 100 metros/minuto”, completou.

A flexo e a roto continuam recebendo melhorias tecnológicas, confira algumas dessas novidades (a seguir), elencadas na palestra de Scarpeta e que foram apresentadas na drupa 2024:

  • Robotização tanto na flexografia como na rotogravura – o processo convencional passa por uma modernização: robotização, softwares, aprovação remota, inteligência artificial etc.;
  • A tecnologia base água está presente no processamento de clichês, nas tintas, nos solventes, nos adesivos, primers;
  • Tintas que podem ser compostáveis e recicláveis, além de base água;
  • O papel reciclado evoluiu muito em tecnologia de reciclabilidade;
  • Embelezamento digital, podendo ser feito em uma unidade de verniz adicional na impressora flexo;
  • Uma mesma máquina que grava cilindro de rotogravura também grava anilox;
  • Tecnologias preparadas para imprimir nos materiais sustentáveis, porém complexos e desafiadores, como filme monomaterial, PCR;
  • O toner seco também apresentava opção sustentável.
  • Flexo e impressão digital numa mesma máquina: impressora híbrida – inovação com mais informações nos Destaques do CONINFLEX, aqui no PlásticoNews.

(*) O Flint Group atua globalmente na produção de consumíveis para impressão e embalagens. Dedica-se a atender as necessidades das indústrias de embalagens flexíveis, papel e cartão, labels, cartonagem dobrável, publicações e impressão, tanto convencional quanto digital. Focada em inovações sustentáveis e na economia circular.

(*) A Laserflex é uma empresa brasileira especializada em soluções para impressão flexográfica e rotográfica. Fundada em 1998, a Laserflex se destaca pela inovação e tecnologia na fabricação de cilindros, camisas e equipamentos para máquinas impressoras, laminadoras, onduladeiras e envernizadoras. Com sede em Pinhais, PR.

(*) IMP – Instituto de Impressão tem sede na capital paulista, e desde 2014 se dedica a difundir o conhecimento no mercado de embalagens e rótulos por meio de seus cursos, eventos e congressos (online e presenciais).

Lúcia de Paula

Jornalista, repórter e editora, e produtora de conteúdos em projetos especiais.

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