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O avanço da impressão digital no mercado de Embalagens Flexíveis – DESTAQUES DO CONINFLEX 2024

A impressão digital no mercado de flexíveis é dinâmico e repleto de oportunidades

Palestrante: Guilherme Poggianelli, Diretor Executivo da DPP – Digital Project Print*

Guilherme Poggianelli afirmou em sua palestra que a impressão digital no mercado de embalagens flexíveis é dinâmico e repleto de oportunidades e desafios. E não é o cliente que está se adaptando à embalagem produzida pelo convertedor, mas sim, o contrário. Mas qual é o tamanho desse mercado? Explicou: “De acordo com a Mordor Intelligence® o tamanho do mercado global de embalagens flexíveis é estimado em US$ 201,40 bilhões em 2024 e deverá atingir US$ 252,06 bilhões até 2029, crescendo a um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 4,59% durante o período de previsão (2024-2029)”.

A indústria de embalagens tem migrado para soluções de embalagens flexíveis por conta dos seus consideráveis benefícios energéticos e ambientais. Além disso, os convertedores foram solicitados a fornecer opções de embalagens ecológicas que sejam seguras e resistentes, devido à crescentes preocupações com o uso de polímeros biodegradáveis nas flexíveis e seus efeitos no meio ambiente. Poggianelli explicou que o digital é um processo de impressão controlado por computador e que consiste na transferência de dados de forma digital diretamente a uma impressora que, através de sua tecnologia, deposita e fixa a imagem diretamente no substrato, diferente dos métodos convencionais (flexo, roto, offset) que utilizam chapas, cilindros, clichês.

Destacou as tecnologias de tintas disponíveis atualmente para a impressão digital: Toner em Pó (laser, cilindro orgânico, revelador, fusão a quente); Toner Líquido (laser, blanqueta, BIDs, Diluição em Óleo); e Tinta Líquida UV e UV LED (cabeças de impressão, cura por luz) – todas alinhadas a certificação para alimentos.

Entre os principais benefícios da impressão digital, ele destacou: redução drástica de perdas; capacidade de assumir prazos; condições de executar correções imediatas a baixíssimo custo; personalização; agrega valor; colabora na fidelização; repetibilidade com a mesma cor, e ainda flexibilidade e customização incomparáveis, redução de tempo de produção, inovação e competitividade. Poggianelli concluiu afirmando que a impressão digital não vem para substituir a convencional, mas sim para somar.

A visão do convertedor de Embalagens Flexíveis sobre o digital

Palestrante: Felipe Toledo, Diretor Executivo da Camargo Embalagens*

Felipe Toledo, em sua palestra, falou que a Camargo Embalagens deixou há oito anos o processo analógico de impressão e entrou no digital, era uma empresa tradicional de rotogravura. Então vieram os prêmios reconhecendo o trabalho. “Para nós, embalagem flexível é sustentabilidade, e o futuro é flexível e sustentável”. Esse ainda é um requisito na mesa de negociação, mas breve será como a qualidade: empresa que não tem sustentabilidade está fora da mesa de negociação.

Toledo reforçou o papel poderoso das embalagens. “É a única mídia que o proprietário da marca não pode evitar ou excluir, em muitos casos é o único ponto de contato direto com o consumidor. Pesquisas recentes da WARC (World Advertising Research Center) mostram que a embalagem é o segundo canal de mídia mais eficaz, ficando apenas atrás de vídeos”.

A Camargo também investe em várias práticas socioambientais, como: refugo do processo fabril; recuperação de solventes por meio de uma planta química de 900m2 que garante o vapor dos gases provenientes da produção voltar para o processo; sistema de aparas transforma lixo em produtos úteis; energia renovável (100% de energia renovável na produção de embalagens); aterro zero (certificada por atingir 99% de desvio de aterro com adoção de boas práticas ambientais na gestão de resíduos no ano de 2023.

“Para nós, a impressão digital é complementar à rotogravura. Estamos para receber uma segunda impressora digital por conta de pensar numa demanda diferenciada, e já tivemos vários aprendizados”. Toledo destacou que trabalhar com tecnologia híbrida é a possibilidade de entender o que está na cabeça do comprador de embalagem. “O digital colocou a Camargo na mesa de negociação de empresas que estavam dispostas a pagar pela inovação. Dobrou nossa base de clientes, dobrou a complexidade. Hoje temos clientes só de roto, só de digital e também aqueles que usam os dois processos”.

A Camargo ainda trabalha com filme compostável, PE verde, PET reciclado (PCR). Conforme Toledo, a digital permitiu que o cliente comprasse um volume menor e fazer inovações.

Toledo citou os cases de sucesso que a impressão digital permitiu. Só para citar, um deles foi do Café Pelé, em parceria com o Estado de São Paulo, a Camargo imprimiu a embalagem do Café com a capa do jornal do mesmo dia em que o produto foi para as gôndolas.

Pós-drupa: As novidades em impressão digital para Embalagens Flexíveis

Palestrante: Eudes Scarpeta, Diretor Geral e Fundador do Instituto de Impressão (IMP)*

Eudes Scarpeta, também diretor e curador do CONINFLEX, esteve presente e visitou todos os pavilhões da drupa 2024, maior feira da indústria gráfica mundial, que se realizou de 28 de maio a 7 de junho, em Düsseldorf, Alemanha. Scarpeta visitou todos os stands com produtos e inovações para embalagens flexíveis e destacou as novidades em duas palestras que ministrou no Congresso.

A maior das novidades nessa drupa (desde sua última edição em 2016), como Scarpeta falou em sua palestra, foi o crescimento da impressão digital, praticamente todos os fabricantes de embalagens de todos os tipos (flexíveis, rígidas, cartão, corrugado, labels) expuseram impressoras digitais. Para dar uma ideia, no pavilhão 17, o maior stand foi da HP. E o segmento em que mais a digital se expande é o das embalagens flexíveis, uma vez que já se consolidou nos segmentos de labels e produtos comerciais.

Mas, conforme explicou Scarpeta, a impressão digital não vai substituir a flexografia e a rotogravura, elas ainda vão continuar imprimindo embalagens flexíveis por muito tempo, a digital vem complementar.

Sobre o tema “Embalagens Flexíveis”, Scarpeta foi enfático em dizer que as embalagens de outros materiais (vidro, alumínio, plástico rígido) no mundo vão migrar para o flexível. O futuro é flexível, em função de uma série de benefícios dos filmes plásticos e papel, principalmente porque atende à demanda de sustentabilidade no mundo.

“O formato stand up pouch não é refil, é embalagem flexível e atingiu um nível de uso muito alto, porque é leve, ocupa menos espaço nos SKUs, comporta mais unidades nas caixas de transporte, tem excelente barreira contra umidade e gordura, não quebra, não vaza, não desperdiça o produto embalado. Os pouchs estão substituindo as latas, vidros, plástico rígido. É possível ver nos supermercados inúmeros produtos que já migraram para esse formato, inclusive marcas tradicionais famosas já são encontradas em pouch, um exemplo recente é do Café Melita, e muitas outras”. As embalagens flexíveis estão presentes em todos os segmentos de mercado no mundo.

(*) A DPP – Digital Project Print é uma empresa brasileira especializada em soluções de impressão digital. Está localizada em São Paulo, SP.

(*) Camargo Embalagens é especializada em embalagens laminadas flexíveis, atende diversos segmentos, como o alimentício e farmacêutico, e utiliza tecnologias avançadas em rotogravura e digital. Focada no BPF (Boas Práticas de Fabricação), na APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), conformidade com ISO 9001:2018, além da FSSC 22000.

IMP – Instituto de Impressão tem sede na capital paulista e, desde 2014, dedica-se a difundir o conhecimento no mercado de embalagens e rótulos por meio de seus cursos, eventos e congressos (online e presenciais).

Lúcia de Paula

Jornalista, repórter e editora, e produtora de conteúdos em projetos especiais.

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