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Soluções sustentáveis de Alta Barreira e o mercado de Laminação – DESTAQUES DO CONINFLEX 2024

Revolucionando a Embalagem Flexível: Reciclabilidade & Desempenho.

Palestrante: Edgar Veloso, Sales Director at UBE* LATIN AMERICA

Edgar Veloso deu um panorama sobre os filmes standarts mais utilizados atualmente no mercado: “As estruturas mais comuns são as coextrudadas com PE, onde este filme é o polímero principal. Entre a camada de PA (poliamida) e PE (polietileno) há sempre outra de ligação, e essa camada é um PE enxertado com MAH (anidrido maleico) que fixa a estrutura e polímeros compatibilizadores. Veloso acrescentou que a UBE produz poliamidas que são utilizadas nos pouchs, nas tripas, nos filmes termo-encolhíveis, entre outros. E apresentou as tecnologias UBE de alto desempenho e reciclabilidade, com boas taxas de reciclagem e certificadas pelas maiores certificadoras mundiais do segmento de embalagens.

Uma das tecnologias apresentadas por Veloso foi a CoPA 6/6.6 da UBE, que é um tipo de copoliamida que combina as propriedades do nylon 6 e do nylon 6.6. É um material conhecido por suas excelentes propriedades mecânicas, resistência ao calor e boa processabilidade. Um exemplo específico é o UBE NYLON 5036B, que é aprovado pela FDA e possui um ponto de fusão mais baixo, tornando-o ideal para soluções de embalagens avançadas e mais sustentáveis. Destacam-se por: alta resistência à tração, resistência a perfurações e rasgos, possui barreira eficaz contra oxigênio, tão valiosa para as embalagens de alimentos.

Outra foi a UBE NYLON 5036B, um copolímero de poliamida 6/6.6 (CoPA 6/6.6) desenvolvido pela UBE. Conhecido por suas propriedades avançadas, o 5036B é amplamente utilizado em diversas indústrias devido à sua alta performance e excelente processabilidade. Destacam-se por: alta viscosidade, alta resistência à tração e à perfuração e rasgos, alta barreira contra oxigênio (valiosas às embalagens de alimentos), baixo ponto de fusão (de 179°C), o que facilita a reciclagem e a termoformagem, com maior taxa de reciclabilidade, além de não gerar resistência em reciclagem posterior e apresentar menos formação de aparas.

Veloso também apresentou as quatro certificações internacionais de reciclabilidade de embalagens que reconheceram e certificaram a poliamida da UBE, são elas: a americana APR (The Association of Plastic Recyclers), a entidade europeia RecyClass, o alemão Institute Cyclos – HTP, e a fundação alemã Stiftung Zentrale Stelle Verpackungsregister (ZSVR).

O que o comprador de Embalagens Flexíveis está buscando em laminação?

Palestrante: Rodrigo Amaral, Especialista em Estruturas Laminadas no Instituto de Impressão – IMP *

Rodrigo Amaral falou sobre a tendência das estruturas laminadas nas Embalagens Flexíveis e que, apesar do seu potencial de crescimento, ainda é um mercado sem números e estatísticas, cientificamente apurados. Embalagens laminadas são aquelas que trazem propriedades de dois ou mais polímeros para atender requisitos fundamentais de barreira no acondicionamento e proteção do produto embalado contra umidade, gordura, oxigênio, luz, contaminantes, vazamentos etc.

“O principal quesito que os compradores de embalagens flexíveis estão buscando em laminação, predominantemente, é a sustentabilidade”, reforçou Amaral, que também destacou as vantagens competitivas importantes das flexíveis, como: redução de custo e maior facilidade no transporte, melhor acondicionamento nos pallets, não quebra, não vaza, etc.

Um pano de fundo hoje em qualquer segmento de embalagem é a observação do Earth Overshoot Day (Dia de Sobrecarga da Terra), marca a data em que a demanda da humanidade por recursos ecológicos e serviços em um determinado ano excede o que a Terra pode regenerar nesse mesmo ano; no Brasil em 2024 caiu em 1 de agosto. No estudo por países, Catar em janeiro já tinha exaurido seus recursos, só para exemplificar. “Precisamos sempre ter esse direcionamento em mente: de que a perda do alimento dentro da embalagem é muito maior do que uma micra de redução num substrato”, reforçou Amaral.

Outro ponto fundamental destacado por ele foi o Design for Recycling” (Design para Reciclagem), trata-se de projetar produtos e embalagens de maneira que sejam fáceis de separar e reciclar ao final de sua vida útil, considerando o ciclo de vida do produto, desde a seleção de materiais até o design estrutural. “Temos produtos e soluções para ajudar em toda a cadeia, contribuindo com o Day for Recycling”

Amaral destacou também pontos extremamente relevantes a serem observados, como uma das metas de alguns brand-owners projetadas para 2025 estendidas até 2030 que é “ter 100% de suas embalagens recicláveis”. Outra observação se refere às certificações e rastreabilidade: “Não adianta ter todo um processo de reciclagem, sem certificações e rastreabilidade, e aqui se inclui a ACV (Análise do Ciclo de Vida).

Entre as principais tendências relativas ao mercado de embalagens flexíveis laminadas, Amaral destacou direcionadores atuais de mercado: Reduflação e Porcionamento (embalagem com conteúdo menor); Digitalização na embalagem (QRcode é um exemplo); Saúde e Segurança (embalagem garantindo a segurança do alimento); Regulamentações e Normas (cada vez mais efetivas). Alguns materiais com tendência de crescimento, citados por ele, são: PE (polietileno) mono em formatos pouchs; fora do Brasil tem o uso do BOPE; o PP (polipropileno) com redução de espessura inferior a 10 micras; Alumínio também com redução de espessura; papel, cuja taxa de reciclabilidade é 2 vezes maior que o plástico; filme PET selável: uso de adesivos base água, PET de fonte renovável e ainda o reciclado pós-consumo.

Finalizando, Amaral reforçou que não tem um substrato melhor que o outro, é a cadeia produtiva do convertedor que vai definir o material mais adequado.

(*) IMP – Instituto de Impressão, tem sede na capital paulista, e desde 2014, dedica-se a difundir o conhecimento no mercado de embalagens e rótulos por meio de seus cursos, eventos e congressos (online e presenciais).

(*) A UBE Corporation é uma empresa global japonesa, fundada em 1897, que atua em diversos setores: produtos químicos, plásticos de engenharia (desenvolvimento de plásticos de alta performance, como o UBE Nylon 6), materiais para baterias, produtos farmacêuticos, cimento, materiais de construção e maquinário.

Lúcia de Paula

Jornalista, repórter e editora, e produtora de conteúdos em projetos especiais.

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