Embalagens FlexíveisFilmesFlexografiaImpressão digitalInovaçãoLaminaçãoReciclagemRotogravuraSustentabilidadeTecnologiaTecnologia de Plástico

Os novos materiais para Embalagens Flexíveis – DESTAQUES DO CONINFLEX 2024

O Domínio do PCR (Reciclado Pós-Consumo) nas Embalagens Flexíveis.

Palestrante: Lucas Pellenz, Head de Novos Negócios Plastiweber*

Lucas Pellenz expôs em sua palestra os principais desafios e soluções para incorporar o filme PCR nas embalagens flexíveis. Há 26 anos a Plastiweber recicla (mecanicamente) filmes flexíveis, gerou inovações de produtos e muito impacto positivo em trabalhos com cooperativas e projetos sociais. A empresa converte e recicla filmes com até 80% de PCR. Pellenz conceituou: “PCR (Reciclado Pós-Consumo) é um material reciclado feito a partir de resíduos plásticos que foram usados pelos consumidores finais e processados novamente para serem reutilizados na fabricação de novas embalagens ou outros materiais”.

Os principais desafios do PCR, apontados por Pellenz, são técnicos e, principalmente, de uso: é preciso maior rastreabilidade da cadeia para se ter garantia do PCR; Estruturas menos abrangentes quanto as de resinas virgens; um range maior em algumas propriedades do produto; Géis inerentes ao processo de reciclagem”. Como soluções, ele vê algumas estratégias: alinhamento com o fornecedor, garantido que a estrutura seja de PCR e de preferência, certificada; Alinhamento com o cliente; e Alinhamento com a operação é fundamental, pois alguns pontos precisam de mais ajustes operacionais.

Desafios de impressão em embalagens com PCR: podem ser menos nítida e apresentar variações de cor, principalmente, pela mudança de cor do substrato, inconsistências na superfície (géis) de material são comuns.

A Plastiweber está certificada com importantes certificações globais do segmento, uma delas é a EuCertPlast, considerada a mais importante homologação recicladora do mundo, garante a qualidade do produto, sua conformidade e rastreabilidade ao cliente final; Outra é a SMETA, certificação em nível global que comprova a operação das empresas quanto às leis trabalhistas, fiscais, ambientais, normas laborais e ética comercial; e a RecyClass, conforme Pellenz, deve ocorrer ano que vem, e é a mais completa, pois garante a rastreabilidade, desde a origem da cadeia de custódia dos plásticos reciclados.

Pellenz apresentou também “cases validados” de embalagens com filmes fornecidos pela Plastiweber, entre eles: Filme Enfardadeira (80 ou 100% PCR) mercados de home care e personal care; Filme Shrink (termoencolhível), mercados de bebidas e alimentos (70 a 100% de PCR); Outro também de Filme Shrink (termoencolhível), mercados alimentício (80 a 100% de PCR).

“O PCR é uma solução viável e necessária para o mercado de embalagens flexíveis. Não é uma solução soberana e não serve pra tudo, mas as aplicações são vastas e relativamente fáceis de serem implementadas. De forma alguma devemos ignorar a necessidade do Design Circular, buscando melhorar produtos para posterior reciclagem”, enfatizou Pellenz.

Papéis barreira têm condições para aplicações primárias, só faltam certificações

Palestrante: Vivian Palmieri, Coordenadora de Marketing e Inovação na OJI Papéis *

Vivian Palmieri explicou em sua palestra que a Oji Papéis Especiais quer ir além dos papéis térmicos que fornece ao mercado brasileiro e latino-americano, a empresa quer detectar novas oportunidades, explorando a versatilidade do papel, e participar do segmento de embalagens flexíveis. “Não temos intenção de substituir as embalagens flexíveis plásticas, mas sim, oferecer uma opção, principalmente nas aplicações de BOPP, que existe espaço. O papel possui alta eficiência reciclável (100%), tem condições para aplicações primárias, mas faltam certificações”.

Papel barreira para embalagem flexível já é realidade, com baixas gramaturas, estrutura flexível e superfície impermeável. Palmieri destacou as características sustentáveis da composição do papel: papel base de baixa gramatura com superfície; aplicação de multicamadas: dispersões aquosas sem olefinas; baixo peso de aplicação (<10% de peso): funcionalidade com custo compatível; e material 100% reciclável e biodegradável.

Palmieri apresentou uma inovação tecnológica 100% sustentável: o lançamento de um papel desenvolvido pela Oji para embalagens flexíveis que, inclusive, foi exposto na feira Flexo & Labels, podendo ser visto pelos participantes do CONINFLEX. Trata-se do Policoat, um papel que tem revestimento base água, baixa gramatura, sem extrusão ou laminação, monomaterial, sem falar que é biodegradável e de fonte renovável, dispensando o uso do plástico para embalar. É uma tecnologia non-PFAS (produtos que não utilizam substâncias per e polifluoroalquil) e conta com laudos da certificação alemã ISEGA/IPT e RDC 88/16 da Anvisa.

O Policoat é revestido com uma camada especial que proporciona maior durabilidade e resistência, sendo ideal para aplicações que exigem alta performance e excelente impressão. Destinado a diversas indústrias, ideal para embalagens flexíveis, também labels e outros produtos que necessitam de um papel resistente e de alta qualidade.

(*) A Oji Papéis Especiais fabrica e comercializa diversos tipos de papéis, revestidos e não revestidos, papéis térmicos e autocopiativos, amplamente utilizados no mercado brasileiro e latino-americano. Tem fábrica em Piracicaba, SP, capacidade produtiva de 140mil toneladas/ano, com 700 colaboradores. Pertence ao grupo japonês Oji Holdings, um dos maiores produtores mundiais de papéis.

(*) A Plastiweber é uma empresa brasileira sediada em Feliz, RS. Há mais de 26 anos reciclando mecanicamente filme flexível, com o objetivo de reintegrá-lo à cadeia produtiva e criar produtos a partir de materiais reciclados. Entrega soluções de resinas e embalagens em polietileno no maior percentual de conteúdo PCR do mercado.

Lúcia de Paula

Jornalista, repórter e editora, e produtora de conteúdos em projetos especiais.

Related Articles

Back to top button

Adblock Detected

Please consider supporting us by disabling your ad blocker