Boletim #2 PlasticoNews.org

Bem-vindos ao Boletim do Mercado de Plásticos número 2, maio de 2025. Nos últimos dois meses, o setor de embalagens plásticas viveu uma das transformações mais significativas da década. Com um mercado global estimado em USD 465 bilhões este ano e crescimento projetado de 4% ao ano até 2034, abril e maio trouxeram megafusões, novas regulamentações revolucionárias e avanços tecnológicos que redefinirão o futuro do setor.
CLIQUE E ASSISTA O VÍDEO ABAIXO:

- A megafusão Amcor-Berry Global
- Novas regulamentações na UE, EUA e Brasil
- Inovações em bioplástico e embalagens inteligentes
- Avanços em sustentabilidade e economia circular
- Dados de mercado e tendências de preços Perspectivas futuras do setor
Megafusão redefine liderança mundial
A maior notícia do período foi a conclusão da fusão entre Amcor e Berry Global, no valor de USD 8,4 bilhões, criando o maior fabricante global de embalagens plásticas. A nova empresa combinada atua em 140 países, possui 400 instalações e 70 mil funcionários, com receita anual de USD 24 bilhões.
Esta megafusão promete USD 650 milhões em sinergias até 2028 e consolida a liderança global no setor. Peter Konieczny, CEO da Amcor, permanece à frente da empresa combinada, enquanto a estrutura foi reorganizada com 60% do negócio focado em embalagens flexíveis e 40% em recipientes rígidos.
Outras movimentações importantes incluem investimentos de USD 32 milhões da Axium Packaging em nova instalação na Carolina do Norte e USD 65 milhões da Danone em Jacksonville, Flórida, focando em sustentabilidade.
Revolução regulatória europeia transforma o mercado
A Regulamentação de Embalagens da União Europeia (PPWR) entrou oficialmente em vigor em fevereiro de 2025, com aplicação geral prevista para agosto de 2026. As novas regras estabelecem metas ambiciosas de 65% de reciclagem até 2030 e 30% de conteúdo reciclado em embalagens plásticas, aumentando para 65% até 2040.
Produtos proibidos incluem embalagens plásticas para frutas e vegetais menores que 1,5kg e porções individuais de condimentos em hotéis e restaurantes. A regulamentação também impõe restrições rigorosas aos PFAS em embalagens alimentares.
Nos Estados Unidos, a Estratégia Nacional de Prevenção da Poluição Plástica estabelece a meta de eliminar completamente a liberação de resíduos plásticos no meio ambiente até 2040. Estados como Califórnia exigem 25% de redução de plásticos descartáveis e 65% de taxa de reciclagem até 2032.
No Brasil, a ANVISA aprovou novas orientações para reciclagem química, permitindo despolimerização completa, enquanto o país estabeleceu metas de 30% de reciclagem obrigatória em 2025 e 50% até 2040.
Inovações tecnológicas aceleram transformação sustentável
O mercado de bioplásticos explodiu, saindo de USD 20,28 bilhões em 2024 para projeção de USD 75,33 bilhões até 2034, representando crescimento de 14% ao ano. A Europa lidera com 38% da participação global.
Desenvolvimentos revolucionários incluem o Projeto GRECO, que introduziu embalagens biodegradáveis baseadas em copolímeros PLA inovadores, e o Projeto COM4PHA, desenvolvendo embalagens sustentáveis para cosméticos e alimentos.
As embalagens inteligentes também ganham destaque, com mercado de USD 24,66 bilhões crescendo para USD 40 bilhões até 2032. Tecnologias RFID e NFC estão sendo implementadas por gigantes como Walmart para precisão de inventário e por marcas como Estée Lauder para engajamento do consumidor.
Tecnologias de reciclagem química receberam investimentos massivos de €8 bilhões na Europa até 2030, com capacidade de produção saltando de 0,9 milhão de toneladas em 2025 para 2,8 milhões de toneladas em 2030. Empresas como P&G desenvolveram processos que retornam plásticos usados à qualidade quase virgem.
Sustentabilidade e economia circular ganham força
O Brasil proibiu a importação de resíduos sólidos, economizando USD 322 milhões anuais e impulsionando a reciclagem interna. O novo Certificado de Crédito de Reciclagem (CCR) premia empresas por tonelada reciclada, enquanto o país busca saltar dos atuais 22% para 45% de reciclagem até 2025.
Globalmente, apenas 9% dos plásticos são efetivamente reciclados, representando uma oportunidade de USD 10 bilhões em sistemas de reutilização. A Alliance para o Fim do Lixo Plástico lançou no Brasil o projeto Recicleiros, promovendo reciclagem em 60 cidades com meta de 30 mil toneladas anuais.
Parcerias estratégicas se multiplicaram: Unilever investiu USD 15 milhões para reciclar 60 mil toneladas anuais, enquanto a Coca-Cola colabora com Circulate Capital para prevenir vazamento de plástico nos oceanos.
O Dia Mundial do Meio Ambiente 2025 focou no tema “Acabar com a Poluição Plástica”, com sede na Coreia do Sul e mobilização global de governos e empresas.
Dados de mercado e tendências transformadoras
Preços de resinas continuaram em queda: polietileno caiu 3 centavos por libra em abril, enquanto polipropileno sofreu pressão baixista devido ao excesso de estoque. As exportações americanas de PE representam 44,5% da produção, com capacidade excedendo demanda regional em quase 50%.
Embalagens flexíveis lideram o crescimento, com CAGR de 5,1%, projetadas de USD 197,7 bilhões em 2023 para USD 253,2 bilhões em 2028. A Ásia-Pacífico mantém liderança com 45% do mercado global, seguida pela América do Norte com 39,2%.
O setor farmacêutico explode como aplicação, crescendo de USD 153,14 bilhões em 2024 para projeção de USD 681,33 bilhões até 2034.
Perspectivas e desafios futuros
As negociações do Tratado Global contra poluição plástica acontecem em agosto de 2025 em Genebra, buscando acordo juridicamente vinculativo até dezembro. O mercado de reciclagem deve crescer de USD 50,78 bilhões para USD 88,96 bilhões até 2030.
Principais desafios incluem navegação regulatória complexa, custos de implementação de tecnologias sustentáveis e necessidade de colaboração multi-stakeholder para infraestrutura de reciclagem.
Encerramento
O período abril-maio de 2025 marcou um ponto de inflexão histórico para o setor de embalagens plásticas. Entre megafusões, regulamentações revolucionárias e inovações sustentáveis, o mercado caminha rumo a uma transformação estrutural focada em economia circular e responsabilidade ambiental.
Acompanhe o próximo boletim para as mais recentes movimentações do setor. Até a próxima!