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Barry Glickman, Vice Presidente e GM da Honeywell, fala sobre reciclagem química à PlasticoNews

Barry Glickman, Vice Presidente e General Manager de Soluções de Tecnologia Sustentável na Honeywell, que falou sobre o armazenamento de energia de longa duração e a transição da energia renovável durante o Fórum Net Zero Amcham-Brasil e Honeywell, realizado no dia 8 de julho, em São Paulo, concedeu entrevista ao PlásticoNews, em um bate-papo com Eudes Scarpeta, sobre resíduos plásticos e a reciclagem dos polímeros para embalagens. Confira a seguir.

A entrevista foi feita no Fórum Net Zero Amcham Honeywell em São Paulo. Na foto: Barry Glickman (à dir.) e Eudes Scarpeta (à esq.)

Eudes Scarpeta: O descarte dos plásticos são um dos maiores problemas mundiais na atualidade. Você acredita que a reciclagem química é a solução para esse problema?

Barry Glickman: Talvez. Eu penso que a reciclagem química é parte da solução. Isso se evidencia na mudança de comportamento da coleta. Exige internalizar a mudança de comportamento dos consumidores. Eu acredito que a reciclagem avançada traria o mecanismo para a transformação de certos tipos de plásticos que voltariam para a reutilização. Mas no mundo tem cerca de 7% ou 8% de coleta para reciclagem e enquanto permanecer nessa porcentagem, nós vamos continuar preocupados.

Eudes: Quais os tipos de plásticos são viáveis para a reciclagem química?

Barry: A reciclagem química pode reciclar toda uma gama de plásticos compostos de polietileno, poliestireno e polipropileno. A parte do mercado que a tecnologia UpCycle da Honeywell visa são sobretudo os filmes plásticos. Nós acreditamos que exista tecnologia mecânica para reciclar o PET (poliéster) e outros tipos de plásticos, mas onde a Honeywell pode ajudar mais é nesse mercado de películas ou filmes plásticos que é deficiente em tratamento.

Eudes: Então os filmes de alta barreira como poliamida e EVOH não são possíveis na reciclagem química, certo?

Barry: Certo. São materiais importantes, mas não são o foco específico dessa tecnologia. A Honeywell está avaliando outras tecnologias de reciclagem que possam envolver esses plásticos de alta barreira.

Eudes: Quais são as barreiras que impedem a reciclagem química de ser uma grande solução para o descarte das embalagens plásticas?

Barry: O primeiro obstáculo é a disponibilidade de matéria-prima. O segundo é que, companhias como a Honeywell, precisam demonstrar o desempenho das tecnologias de reciclagem para criar confiança no mercado e nos consumidores do polímero reciclado, bem como os operadores que possam fazer os investimentos. Eu poderia continuar, mas o terceiro obstáculo é como podemos escalar a tecnologia para que ela tenha impacto significativo em nível global.

Eudes: Qual a importância do Brasil na estratégia da Honeywell? A empresa pretende trazer a tecnologia UpCycle para o Brasil?

Barry: Sim, porque tem um mercado muito grande e desenvolvido e uma população consciente da tecnologia; o Brasil está na lista de alvos da Honeywell. Ainda não tem a regulação estabelecida atualmente e esse seria o mercado para a Honeywell entrar. Mas em breve ela deverá estar aprovada.

Eudes: Então, quais as opções que a Honeywell pretende oferecer no Brasil?

Barry: Os materiais Polietileno, Poliestireno e Polipropileno em diferentes densidades. Mas essencialmente serão polímeros que as companhias químicas poderão transformar novamente em plástico e uma matéria-prima de maior qualidade que vá ser utilizada nessa cadeia de circularidade do plástico.

Eudes: Os polímeros produzidos por reciclagem química da Honeywell poderão ser utilizados em embalagens de alimentos?

Barry: Sim, dependendo dos requisitos e regulação local em termos de embalagens de alimentos.

A matéria do PlásticoNews sobre o evento Fórum Net Zero Amcham-Brasil e Honeywell pode ser lida, acessando o link: https://plasticonews.org/?p=1836

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