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ONU pretende entregar rascunho de tratado de plásticos até novembro 2023

Cerca de 175 países concordaram em desenvolver, até novembro, um primeiro rascunho do que pode se tornar o primeiro tratado global para reduzir a poluição plástica até o final do próximo ano. A decisão surgiu de uma reunião de última hora liderada por França e Brasil e foi adotada na sede da Unesco em Paris entre os dias 29 de maio a 2 de junho.

O comitê de negociação da assembleia pediu a preparação do “rascunho zero” de um “instrumento juridicamente vinculativo” antes de uma terceira rodada de negociações em Nairóbi, com o objetivo de finalizar o tratado em 2024.

A decisão surgiu de uma reunião de última hora liderada por França e Brasil e foi adotada pelo plenário na sede da Unesco em Paris.

“Não há mais intervenções neste ponto?” perguntou o peruano Gustavo Meza-Cuadra Velasquez, presidente do Comitê Intergovernamental de Negociação do fórum.

“Está decidido”, continuou ele, enquanto baixava o martelo.

O avanço veio depois de consideráveis ​​”picuinhas” e “táticas de adiamento” de alguns países, disse o ministro da transição ecológica da França, Christophe Bechu.

Frustrações surgiram durante os dois primeiros dias das negociações, que foram inteiramente dedicadas a um debate sobre regras processuais, já que grandes nações produtoras de plásticos – incluindo a fornecedora de combustíveis fósseis, Arábia Saudita, bem como China e Índia – resistiam à ideia de que o acordo poderia ser decidida por votação e não por consenso.

Segundo as tendências atuais, “até 2050 haverá mais lixo plástico do que peixes nos oceanos”, disse à AFP a negociadora mexicana Camila Zepeda. “Não podemos ficar presos a regras processuais.”

A preocupação com o impacto dos plásticos no meio ambiente e no bem-estar humano aumentou nos últimos anos, juntamente com um crescendo de pesquisas que documentam sua onipresença e persistência.

Na natureza, microplásticos foram encontrados no gelo perto do Pólo Norte e dentro de peixes que navegam nos recessos mais profundos e escuros dos oceanos.

O equivalente a um caminhão de lixo de lixo plástico é despejado no oceano a cada minuto.

Estima-se que detritos de plástico matem mais de um milhão de aves marinhas e 100.000 mamíferos marinhos a cada ano, de acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas.

Em um grupo informal de países chamado “High Ambition Coalition”, que inclui países da UE, Japão, Chile e nações insulares, quer metas globais para reduzir a produção e poluição de plástico, bem como restrições a certos produtos químicos perigosos. Países como os Estados Unidos e a Arábia Saudita favoreceram planos nacionais em vez de metas globais para enfrentar o problema.

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